Parece uma contradição que eu seja simpatizante do marxismo, já que sempre que escrevo coloco-me como proprietária de escravos, ou que eu defenda a igualdade social, liberdade e fraternidade e ao mesmo tempo escrevo que no meu Castelo meus escravos estão sob meus pés e devem obediência total a uma mulher cruel e déspota, mas não se enganem, pois pesquisas científicas recentes apontam que a comunidade BDSM no Brasil é em torno de 3% sendo menos de 1 % de mulheres que se assumem sádicas e homens masoquistas, dessa forma eu tenho zero e alguma coisa por cento para meu reino e por isso eu tenho que assumir uma posição diante da real sociedade.
Esse texto tem como objetivo buscar entre os filósofos que, com seus textos, formaram o contrato social escrito finalmente por Jean- Jacques Rousseau (1712 – 1778) em suas duas obras “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” e “O contrato social”, contrato esse que não é algo escrito, mas sim um acordo, um consenso em entregarem suas liberdades para o Estado e dessa forma levá-lo como base de um contrato de servidão que voluntariamente meus escravos tem comigo, além de discutir as motivações para se entregarem de corpo e alma baseado na “Natureza Humana” e responder a questão da desigualdade social. É natural ou não? Convido a todos a seguirem esse texto longo e chegarem a um entendimento juntamente com os pensadores contratualistas mais famosos Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau.
Thomas Hobbes (1588 – 1679) em sua obra “Leviatã” entende que os homens têm um desejo natural de destruição e de manter o domínio sobre outro homem (é lobo do próprio homem), uma competição constante e que leva a viverem em um estado de guerra constante. Estamos no século XXI e comprovamos que isso é completamente observável e inquestionável e por isso torna-se necessário termos um poder acima das pessoas individualmente para que esse instinto “de lobo” seja DOMINADO. Com isso garante a sobrevivência da espécie, mas que seja dada amplos poderes para o “Soberano Absoluto”.
Sobre a Natureza humana ele destaca que o homem é naturalmente vaidoso e são todos iguais, um mais forte que o outro, mas não possui poder sobre os demais. No entanto, são inteligentes e nunca sabe o que seu semelhante está pensando ou planejando, o que gera insegurança. Logo, na visão de Hobbes, os seres humanos no estado de natureza não nascem bons, pelo contrário, ele é egoísta, competitivo e egocêntrico e a liberdade gera guerras, conflitos e instabilidades ao passo que se abrirem mão dessa liberdade e dos direitos que possuíam num pacto social garantem paz e segurança. É um pacto de submissão e o suserano deve manter temerosos os súditos para que obedeçam ao seu poder máximo.
John Locke (1632 – 1704) difere da teoria de Hobbes da ideia de alguém ter o poder inato. Sobre a questão do estado de guerra para Locke se dá a partir do momento em que há uma violação da propriedade privada e ai sim tem que haver a criação de um contrato social, para proteger a propriedade e preservar os direitos que cada um possuía, contanto que ele trabalhe e produza nela e vai chamar de “contrato de consentimento” diferentemente do “contrato de submissão” denominado por Hobbes, mas considera necessária a escolha de um governante que seja escolhido por voto majoritário visando àquela que melhor se adequar às condições necessitadas pelos indivíduos. Sobre a natureza humana ele acredita que viviam em relativa harmonia e paz por serem seres racionais e crê que este só se torna cruel no momento em que há a violação dos seus bens. Ele vivia na Inglaterra que estava no auge da produção agrícola e iniciando a industrialização, quer dizer, ninguém deveria passar necessidades extremas naquela época e lugar, bem diferente do que vemos hoje.
Jean- Jacques Rousseau (1712 – 1778) compartilha com Locke que todo poder emana do povo e que o homem é naturalmente bom, mas a sociedade o corrompe. No pacto social ele se aproxima de Hobbes, todos renunciam à sua vontade individuais em prol a vontade geral e na democracia representativa, que é a nossa, supõe a escolha de pessoas para gerenciar as atividades comuns do Estado.
Rousseau diz que os homens no estado de natureza, sem o contrato social, são amorais, ambiciosos, grosseiros sem distinguir o que é bom ou mau, e os inocentes perdem sua liberdade natural para a servidão em troca do trabalho e com a exploração dos outros caem na servidão e miséria. Como podemos constatar no nosso mundo de hoje, não mudou em nada do que foi descrito.
No Contrato Social, Rousseau propõe um pacto legítimo com a perda da liberdade natural, mas que não se submetam à servidão. Como? O "Contrato social" tem como base que todos os homens nascem livres e iguais e entram em acordo onde o Estado é criado para preservar a vontade geral, o desejo mútuo da maioria. Claro que quem conhece Aristóteles não irão concordar porque pela lógica cada indivíduo é único e tem potenciais diferentes e dessa forma, se pensar em justiça, não é justo dar as mesmas condições para quem tem potencialidades diferentes e o próprio Rousseau admite que é uma tarefa difícil encontrar um bom legislador e ainda mais fazer leis de acordo com a vontade de todos e por isso ele vai recomendar sanções rigorosas, caso não se cumpra o que foi estabelecido pela política do Estado sob pena de morte. Rousseau conclui a impossibilidade do retorno ao estado de natureza, pois o ser humano já perdeu a sua bondade e a pureza.
Conclusão clara que posso tirar para meu mundo onde eu sou a Senhora do Castelo é que todos concordam que é necessário a entrega da sua liberdade individual para um(a) Soberano(a) pois não existiria a paz entre os homens devido sua natureza humana ser competitivos e viverem em guerra entre si, que têm um desejo natural de destruição e de manter o domínio sobre outro homem (esse realmente é meu desejo e concordo plenamente) e ao mesmo tempo instinto de ser DOMINADO, embora individualistas vaidosos, inteligentes, inseguros, amorais, ambiciosos, egoísta e egocêntrico levando a conflitos e instabilidades ao passo que se abrirem mão dessa liberdade num pacto de submissão, eu seria o ponto de unificação e paz, mas como Hobbes disse, manteria o medo em meus súditos para que obedeçam ao meu poder máximo.
Segundo o pacto social de Locke vemos que sua preocupação é que um bom soberano proteja a propriedade privada de quem a possui e eu concordo e jamais iria mexer no que é propriedade de cada escravo meu, eu só quero a entrega de corpo e alma e não seus bens ou interferir na sua vida privada.
Para terminar, eu não tenho idade e nem tempo para querer fazer uma revolução comunista, tenho que ser realista, Estamos num país capitalista, concordando ou não temos que seguir as normas de onde vivemos e temos que somente ser éticos e ouvir os conselhos dos filósofos que eu trouxe para uma reflexão.
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