Escravo Niilista



Um de meus candidatos a servidão confessou seu encantamento com a maneira como eu vejo e penso o BDSM e eu pedi permissão para postar nosso diálogo e ele disse que todas as palavras eram dadas a mim e eu poderia fazer o que eu desejar. Decidi colocar todas as falas dele, minhas falas finais e uma conclusão no final demonstrando a filosofia do Nitzsche para esse caso em especial:
“O SM envolvendo uma despersonalização completa do sub com a substituição de quem ele era para ser do modo que a Senhora apreciar que ele seja, isto é,  transformado 100% em objeto, devotado 100% ao Teu prazer e caprichos, 100% desprovido de desejos próprios que não o da sua Senhora, consensualmente acordado que deve servi-la 100% no tempo e dedicação.”
“Quero apenas ser como seu animal, coisa, objeto, desumanizado e de olhos baixos sempre. A Senhora é o máximo. Teus escravos são afortunados... o amor platônico traz esta percepção, e vem a ser a prova de que idéias do mundo das idéias são corrompidas quando projetadas no mundo sensível e confesso que o mundo concreto é mais complexo... a dor de verdade, física/mental/espiritual, 100% do tempo será sentida distintamente daquilo que o "idealismo" projeta e do ponto de percepção do sub, sempre me vi levado a extremos de dor, humilhação, degradação... para apenas após ter sido "destruído", ter um novo ser erigido de minhas ruínas e privações de todos os tipos, longos períodos, tudo que altera a mente e o espírito.”
FALA É MINHA: “A filosofia libertina do Marquês de Sade nos abriu essa porta, que devemos dar vazão aos nossos instintos para que ela não nos surpreenda, pois quando ela chegar já teremos experienciado todo tipo de degradação humana, seja dominando como sendo dominado nesse sentido que colocou, sofrendo dor ou causando-a”
AGORA ELE: “... é preciso desfazer o que foi alterado quando nascemos e crescemos... deseducação, reaprender o que é ser humano, homem, neste novo mundo, como mencionas em Teus posts, a Senhora passa a ser a vida do escravo, Sua Deusa, Sol, alimento”
FALA É MINHA: “VOU DIRECIONÁ-LO, REEDUCA-LO, MOLDÁ-LO, GOVERNÁ-LO CASO SE ENTREGUE A MIM”
AGORA ELE: “Senhora da vida e da morte, A que decide a respeito de tudo na vida dele, completamente condicionado para deixar de ser homem como fui educado, e passar a ser homem na concepção de minha senhora... servir, diante dos amigos/amigas D´Ela, e ver na aprovação D´Ela a única razão de ser o universo da Senhora seria lindo.Como viver isto sem ser 24/7/365, sem um local e "vida" adequados, Senhora?”
Quanto a resposta a essa proposta: "serei apenas que desejar de mim, um animal, coisa, objeto, desumanizado..." é o que Nietzsche fala sobre o niilismo. Ele pretende realmente ser algo para mim e dessa forma ele vai se anular, niilismo passivo, um homem sem perspectiva, desiludido, já que não se tem um propósito diante da vida até me conhecer e não consegue construir novos valores sem mim, pois os valores não importam mais... Ai entra a entrega e eu construirei o que desejar dele. Nietzsche coloca a primazia das emoções, coisa que a filosofia inteira esqueceu. Seu princípio filosófico era a vida que atua sem objetivo definido, ao acaso, e, por isso, se está dissolvendo e transformando-se (o devir, de Heráclito). A única e verdadeira realidade, viver o instante. 

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